segunda-feira, 9 de novembro de 2020
As fazendas verticais são a Utopia das Ciências Agrárias
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
domingo, 27 de setembro de 2020
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
Agricultura indoors não é só tecnologia - o sistema de produção continua sendo essencial
Há um encanto com as promessas e perspectivas da agricultura indoors. Os entusiastas acreditam que a tecnologia resolverá tudo e que será facilmente possível produzir qualquer coisa com LEDs e ar condicionado. Já ouvi gente dizendo que o sucesso de uma fazenda vertical ou de uma fábrica de plantas depende apenas do grau de automação, do tipo de LED, do desumidificador, da bandeja de cultivo. Claro que a tecnologia é um componente importantíssimo e um diferencial deste tipo de cultivo. Na verdade, reconheço que apenas os avanços tecnológicos recentes em sensoriamento, controle ambiental, automação, iluminação tornaram possível esse florescimento da agricultura em ambiente controlado. Mas usando uma analogia com os computadores, essa tecnologia corresponde apenas ao hardware. Pouca gente tem falado no software, nas informações que porão a coisa para rodar. Esse software são os sistemas de produção.
Eu avalio que há realmente muitos avanços nas tecnologias sendo usadas, mas plantas serão sempre plantas e as questões ligadas à produção vegetal, independentemente se em campo aberto em uma fazenda vertical, continuam sendo questões agronômicas. Existem formas de se produzir, de se manejar as plantas para que extraiam o máximo do ambiente e traduzam isso em produção. Estas formas de produzir, equivalente a um algoritmo ou a um software, se chamam sistemas de produção. Boa parte dos resultados de pesquisa da Embrapa, por exemplo, são sistemas de produção. Assim como os sistemas operacionais que permitem que nossos computadores funcionem, os sistemas de produção que permitem o funcionamento da produção agrícola passam despercebidos. Muita gente que utiliza sistemas de produção ou componentes destes produzidos pela Embrapa costuma criticar a instituição porque "não entrega resultados". Ao contrário de sementes e maquinário, ninguém vê o sistema de produção.
Os sistemas de produção são os conjuntos de instruções de como deve ser conduzido um plantio. O cultivo hidropônico é um sistema de produção, o plantio direto, o cultivo orgânico, a produção integrada. Engana-se quem acha que é possível produzir sem essas instruções, sem os sistemas produtivos. A tecnologia dará resultados se acompanhada de um sistema de produção compatível. Seria uma incoerência, por exemplo, a utilização de solo em uma fazenda vertical. Para este tipo de empreendimento, está claro que os sistemas de produção sem solo, como a hidroponia ou a aeroponia, são mais adequados. O manejo da nutrição das plantas em um sistema hidropônico é muito diferente do manejo da nutrição em solo. O manejo do solo em ambiente protegido difere muito do manejo do solo em campo aberto.
Boa parte dos insucessos de empreendimentos de produção de alimentos vem do uso de sistemas de produção inadequados. A salinização do solo, problema muito comum em ambiente protegido, quase invariavelmente provem da utilização de práticas de manejo da adubação desenvolvidas para o cultivo em campo aberto.
Equívocos análogos têm ocorrido também nesta fase pioneira do cultivo em ambiente controlado. Resultados aquém do esperado têm sido conseguidos em razão da recalcitrância em se utilizar o enriquecimento da atmosfera com CO2. Em campo aberto é raro que o CO2 seja uma preocupação, um fator limitante à produção. Pelo contrário, a concentração de CO2, um dos principais gases de efeito estufa, tem aumentado consistentemente nas últimas décadas: há uma fonte inesgotável deste gás para a fotossíntese. Em um ambiente fechado em que a substituição do volume de ar é lento ou parcial, os níveis de CO2 podem cair rapidamente e se tornar um fator limitante à fotossíntese e, consequentemente, à produção de alimentos. Obviamente, o manejo do CO2 como um insumo passa a ser um componente importante nos sistemas de produção em ambiente controlado.
Mesmo as práticas já estabelecidas em um sistema de produção (ou em um determinado ambiente) podem precisar ser modificadas quando adotadas em outro. Dou o exemplo do manejo da solução nutritiva em sistemas hidropônicos. Em cultivos em estufa, a preocupação do produtor é acertar a condutividade elétrica à medida que as plantas se desenvolvem. Além do determinante planta, a única preocupação costuma ser a interação condutividade elétrica x temperatura. Em ambiente controlado, onde a iluminação é feita utilizando-se lâmpadas, há evidências fortes de que além do estágio de desenvolvimento e da temperatura, existe uma interação com a intensidade luminosa de lâmpadas tipo LED. O desconhecimento dessas especificidades, em outras palavras, o uso equivocado ou incompleto do sistema de produção, levará (e tem levado) a insucessos e descrença no sistema.
quinta-feira, 16 de julho de 2020
segunda-feira, 8 de junho de 2020
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Proposta de um Plano Nacional de Agricultura em Ambiente Controlado
Com a colaboração dos colegas Juscimar da Silva, Carlos Eduardo Pacheco Lima, Jorge Anderson Guimarães e Marcos Brandão Braga.
terça-feira, 24 de março de 2020
O nitrogênio pode causar fundo-preto em tomate?
quarta-feira, 18 de março de 2020
Excesso de adubação em cultivo protegido - um problema recorrente
sábado, 14 de março de 2020
Que adubos se usa na hidroponia?
Para se responder a pergunta de quais adubos devem ser usados na hidroponia, precisamos antes de tudo responder uma pergunta muito mais importante: quais são os nutrientes que as plantas precisam? Porque um adubo é simplesmente o meio de transporte de um nutriente. O adubo leva para a planta o nutriente que ela precisa. A Hidroponia é o sistema de cultivo em que os nutrientes minerais essenciais às plantas são fornecidos por meio de uma solução nutritiva. A solução nutritiva é uma mistura de água e nutrientes. Os nutrientes devem estar em formas químicas e concentrações adequadas às necessidades das culturas. Mas quem são esses nutrientes?
Pois bem, entendida a diferença entre nutrientes e adubos, é necessário afinal preparar uma solução nutritiva com adubos que garantam a presença de todos os nutrientes essenciais para as plantas. Mostrarei dois quadros abaixo que, espero, esclarecerão uma vez mais a diferença entre os dois e de que forma o conhecimento básico das necessidades de nutrientes pelas plantas se transforma em conhecimento prático de manejo da nutrição mineral em cultivo hidropônico.
quinta-feira, 12 de março de 2020
A agricultura brasileira precisa de mais estufas
sábado, 7 de março de 2020
O que cultivar em uma fazenda vertical?
sexta-feira, 6 de março de 2020
Fertirrigação em cultivo protegido
quinta-feira, 5 de março de 2020
O que plantar no cultivo protegido?
A questão da localização também definirá que culturas escolher em razão das condições climáticas locais. O clima é o condicionante de maior importância para a produção hortícola. Em geral o problema no Brasil são as temperaturas altas alcançadas no interior de estruturas de cultivo protegido. Algumas variedades de tomate, por exemplo, não toleram bem altas temperaturas noturnas e não ficam vermelhas quando maduras, permanecem amareladas e talvez não consigam ser comercializadas. Altas temperaturas podem também ser um problema para variedades sensíveis de pimentão que sofrem com um alto índice de abortamento de flores.
Regiões e épocas de alta luminosidade podem afetar a produção de mudas de alface, sendo necessário adotar-se alguma medida de sombreamento nesta fase. Por outro lado, o tomate costuma exigir grande quantidade de luz e locais com pouca luminosidade podem exigir iluminação artificial suplementar. Como a margem de ganho de produtos hortícolas normalmente é pequena, escolher espécies e variedades adaptadas às condições climáticas locais será menos oneroso do que a adoção de determinadas tecnologias que aumentarão o custo de produção.
No segundo grupo estão as várias folhosas, como alface, rúcula, salsa, coentro, cebolinha. Não é demais repetir, a escolha da cultura deve estar alicerçada na existência de um mercado consumidor que absorva e remunere adequadamente uma produção de maior qualidade. Não adianta plantar coentro se o mercado só consome salsa. É necessário se prestar atenção no número de produtores dedicados a determinada cultura. Se todo mundo está plantando tomate, por que não plantar pepino ou pimentão?
Tem crescido também o cultivo de plantas medicinais, espécies condimentares, cogumelos e mesmo algumas frutíferas como mirtilo, uva e maracujá. Na Holanda já se produz banana em estufa, na Coreia até manga. Além destes cultivos, há sempre a possibilidade da atividade viveirista próxima a regiões com alta demanda por mudas de boa qualidade. A escolha do cultivo deve levar em consideração, além do mercado, a localização, as condições do ambiente circundante.
segunda-feira, 2 de março de 2020
Uso do plástico na agricultura protegida
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
Brazilian agriculture calls for a greenhouse revolution
De <https://www.linkedin.com/pulse/brazilian-agriculture-calls-greenhouse-revolution-italo-m-r-guedes/>